Preso com máquina roubada, ex-vereador tem fiança fixada em R$ 30 mil
24 de julho de 2024Valter Brito da Silva, irmão e sócio foram presos na tarde de segunda-feira (22), em Amambai
A Justiça de Mato Grosso do Sul concedeu, no início da noite desta terça-feira (23), liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 30 mil ao ex-vereador Valter Brito da Silva, preso em flagrante por receptação de uma motoniveladora roubada. A prisão foi feita por policiais da Defron (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Fronteira) em Amambai, a 351 quilômetros de Campo Grande.
Durante audiência de custódia, a Justiça também arbitrou liberdade provisória aos envolvidos no crime. São eles: José de Brito Junior, irmão de Valter, e Sergio Aparecido Bezerra, sócio da dupla que já vinha sendo investigado por receptação de máquinas roubadas. Ele chegou a ser preso em flagrante no início deste mês em Três Lagoas, mas foi solto.
Segundo a defesa, a máquina estava no pátio da empresa para ser testada e Valter teria sido vítima de estelionato. “Ele vai responder o processo em liberdade e foi vítima de uma tentativa de estelionato, a qual ele nunca se envolveu. Iremos provar que ele foi vítima de tudo isso”, disse o advogado Ricardo Pereira.
Entenda – Na tarde de ontem (22), equipes faziam diligências em Amambai, no âmbito da Operação Protetor, quando foi acionada por policiais da 3ª Delegacia de Polícia de Três Lagoas sobre a motoniveladora furtada em Dr. Ulisses (PR), no dia 15 deste mês, que estaria escondida na margem da MS-156.
Os policiais foram até o local e encontraram a máquina no interior de uma empresa de construção. Três homens se apresentaram como proprietários da motoniveladora.
Durante consultas e comparações, os policiais constataram que a máquina era a mesma furtada no Paraná e possuía indícios de adulteração. Os três foram presos e conduzidos para a sede da Defron em Dourados. Autuados em flagrante por receptação, foram encaminhados para a Delegacia de Polícia em Amambai.
Histórico – Vereador em Amambai por quatro mandatos, vice-prefeito por um mandato e presidente da Câmara Municipal, Valter Brito, empresários e servidores do município foram presos pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) no dia 16 de novembro do ano passado acusados de corrupção.
No mês seguinte, ele e outras 16 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público por suposto esquema envolvendo fraude em licitações e por receberem R$ 2,7 milhões em propina. Entre os acusados estão vários familiares do ex-vereador. Valter Brito ficou encarcerado até sofrer princípio de infarto e depois foi beneficiado por prisão domiciliar. Em março deste ano, renunciou ao mandato na Câmara.
No dia 4 deste mês, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu, por 2 a 1, suspender a Operação Laços Ocultos por considerar o juiz de Amambai Daniel Raymundo Matta incompetente para julgar o caso. Uma semana depois, o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva revogou a prisão domiciliar de Valter e suspendeu todas as demais cautelares impostas aos outros investigados.
– CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS